Vocês internautas, qual é a perspectiva do futuro Engenheiro Químico?

domingo, 30 de maio de 2010

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E A ENGENHARIA QUÍMICA

A busca de sustentabilidade ambiental tem sido um dos grandes desafios da indústria química nos últimos anos. Muitas organizações que congregam os vários setores da indústria, como a Associação Brasileira das Indústrias Químicas (ABIQUIM) e o Conselho das Indústrias Químicas da Comunidade Européia (CEFIC) possuem os indicadores e extensos protocolos de orientação para o seu cálculo. As maiorias das indústrias químicas possuem políticas corporativas voltadas à sustentabilidade ambiental.
Para que seja possível a medição do desempenho ambiental de uma organização e para que sejam estabelecidas metas dentro de uma política de melhoria contínua, os indicadores são ferramentas essenciais. Entre os indicadores pode-se citar o consumo específico de energia renovável num processo, a quantidade emitida de metais em corpos d água, a quantidade emitida de substâncias destruidoras da camada de ozônio, entre tantos outros.
A maior aproximação da indústria química do conceito de Ecologia Industrial é a Química Verde. Da forma como foi desenvolvida, a Química Verde é ainda um conceito local tanto no espaço como no tempo. O objetivo da Química Verde tem sido o de utilizar técnicas inovadoras para minimizar de imediatos impactos ambientais causados por determinados processos. O alcance destas técnicas tem se limitado às vizinhanças da fábrica, ou seja, em minimizar as emissões de substâncias nocivas resultantes do processo em questão. Este tipo de ação pode ser associado a práticas de prevenção à poluição ou de produção mais limpa e é essencial no caminho da Ecologia Industrial. Entretanto, impactos ambientais causados localmente podem permanecer atuantes por um longo período de tempo e, também de espaço. Desta forma, se há intenção de se alcançar a sustentabilidade, deve-se incluir as interações com o ambiente por períodos maiores de tempo e considerar o espaço mais abrangente que as vizinhanças da empresa. Ou seja, deve-se levar em conta não só o processo em si, mas também a implantação do processo e sua operação.

CONHECENDO MAIS SOBRE A PROFISSÃO

A Engenharia Química é o ramo da Engenharia ligado aos processos industriais em que diferentes matérias-primas são transformadas em produtos de maior interesse industrial. Essa transformação se dá em etapas, desde o tratamento da matéria prima ao processamento, separação e purificação dos produtos. O conjunto de todas as etapas constitui o processo. O projeto, construção e operação das plantas industriais para a fabricação dos produtos, bem como o desenvolvimento de novos processos e produtos são atribuições do Engenheiro Químico.
Ser engenheiro químico é a profissão perfeita para quem ter amor incondicional pela química, pelas aulas de laboratório, gosta de cálculos, é capaz de cumprir prazos e trabalhar em equipe. A profissão une os conhecimentos naturais com a engenharia e também permite que o profissional trabalhe numa perspectiva de “minimizar os impactos ambientais sem perder o foco econômico” (Daher, 2007:66).
A Engenharia Química ocupa uma posição privilegiada e de grande responsabilidade, em relação à abordagem e solução de problemas tecnológicos relevantes para a humanidade, direcionados a áreas vitais como água, alimentos, energia e ambiente, em que o esforço científico e tecnológico visa à obtenção de novas fontes e o desenvolvimento de processos econômicos de produção, purificação, geração, distribuição e preservação.

O FUTURO DE UM ENGENHEIRO QUÍMICO


O futuro das indústrias passa obrigatoriamente pelo desenvolvimento das chamadas tecnologias limpas. Dentro deste escopo, uma série de ações onde o Engenheiro Químico tem papel importante tem sido desenvolvida a fim de reduzir o impacto das indústrias sobre o meio ambiente. Alguns exemplos podem ser citados como o plástico verde, biocombustíveis, entre muitas ações.
A perspectiva futura para o Engenheiro Químico é bastante promissora, não se limitando a ações para minimizar o impacto humano sobre a natureza. Muitas áreas de atuação atual, tais como petróleo, papel e celulose, entre outros, manterão seu destaque nas próximas gerações. Por outro lado, uma série de oportunidades se configura como desafios futuros para nossa profissão:
Nanotecnologia: está associada à produção de compostos em escala atômica (ou nano), onde estruturas e novos materiais são projetados a partir dos átomos. Atualmente, uma vasta gama de produtos de estrutura nana tem sido estudada, dentre os quais se destacam medicamentos, novos materiais, cosméticos, entre outros.
Bioprocessos: processamento de biomateriais a partir de agentes como enzimas, bactérias e leveduras é o cerne dos bioprocessos. O desenvolvimento de tais processos exige conhecimentos não só de biologia, mas também de Engenharia Química a fim aproximá-los do meio industrial.
Engenharia metabólica: foca na produção de compostos via através da manipulação de caminhos de transdução de sinais, através da Engenharia Genética.
Engenharia verde: desenvolvimentos de produtos e processos onde o impacto sobre o meio ambiente é nulo ou muito pequeno. Além disso, as matérias primas são de fontes renováveis. Um exemplo é o plástico verde, que está sendo produzido a partir de etanol.
Engenharia criogênica: processos que envolvem temperaturas muito baixas. Há aplicações de Engenharia Criogênica em diversas áreas, tais como separação de compostos do ar, produção de hidrogênio, entre outros.
Engenharia de tecidos: este campo se preocupa com a modelagem do funcionamento de órgãos do corpo humano, como o pulmão e coração. Além disso, há o desenvolvimento de materiais poliméricos biocompatíveis, que podem ser utilizados no desenvolvimento de tecidos e órgãos.

REFLEXÃO DO AMBIENTE E A SOCIEDADE

O mundo está chegando num ponto cada vez mais crítico, o aumento do consumo O mundo está chegando num ponto cada vez mais crítico, o aumento do consumo e exploração incontroláveis de produtos e recursos naturais e minerais do planeta só agravam a vida na terra, deixando em dúvida o futuro.
Para reverter essas situações, precisamos pensar na sustentabilidade ambiental, envolvendo todos os setores a sociedade: econômica, política, educação, saúde, etc.
E se for exercida a Sustentabilidade Ambiental, proporcionará qualidade de vida, atendendo às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de gerações futuras.
Para resolver esse problema, toda sociedade precisa educar suas ações, estabelecer limites de consumo, e isso envolve não só os consumidores, mas também as empresas que devem desenvolver produtos ecologicamente corretas e com materiais que não agridem o meio ambiente. Automaticamente, esse fato influencia a economia, algumas empresas perderão muito dinheiro em nome da conservação ambiental.
Porém todos pagarão um preço pelo futuro do nosso planeta. O desenvolvimento sustentável não deve ser apenas econômico, é necessário planejar ações e programas (governamentais ou não) que levem em conta a sustentabilidade econômica, ambiental e social.